Teatro Brasileiro de Comédia e Cia Cinematográfica Vera Cruz (1949-1954): trajes de grandes aventuras e ousadias é um projeto financiado pela FAPESP que visa resgatar, registrar e analisar a criação de trajes no TBC e na Vera Cruz, um tema inédito até esta data. Ambas foram berços de criação de inúmeros cenógrafos e figurinistas que alteraram a visualidade do fazer cênico no Brasil – no teatro e no cinema, respectivamente. O processo conta com a iconografia e a bibliografia associadas às companhias, mas acima de tudo tem um diferencial: conta com cerca de 1300 trajes autênticos, museológicos, recém-descobertos em São Bernardo do Campo e que pertenceram ao acervo da Vera Cruz e, possivelmente, do TBC e que foram disponibilizados por 30 meses para pesquisa no Núcleo de traje de cena, indumentária e tecnologia da Universidade de São Paulo, coordenado pelos proponentes do projeto.

A Cia. Cinematográfica Vera Cruz
No ano de 1949 dois empresários – o italiano Franco Zampari (1898-1966) e o ítalo-brasileiro Francisco Matarazzo Sobrinho (1898-1977), o Ciccilo Matarazzo – fundam a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, com o propósito de desenvolver o cinema nacional a partir de um enfoque profissional, já que na época as produções eram amadoras e artesanais; mas também para que alcançassem reconhecimento internacional, levando o nome do Brasil e da cidade de São Paulo ao mundo (CALIL, 1987).
E foi exatamente isso que aconteceu. Seus filmes fizeram sucesso com o público brasileiro: foram lançados dezoito filmes e quatro documentários, além das produções que não chegaram a ser rodadas ou finalizadas. Receberam diversos prêmios nacionais e atingiram o reconhecimento internacional quando participaram e foram premiados no Festival de Cannes (1953) e no Festival de Veneza (1954).
Seus filmes contavam com temáticas variadas, advindas da produção de dramas, adaptações literárias, incluindo adaptações de época, musicais e documentários, e assim, a Companhia reuniu um amplo acervo de trajes, que representavam a caracterização de diferentes períodos históricos brasileiros.
No entanto, após crises financeiras, no final de 1954 a Vera Cruz encerra as produções desta primeira fase. Nos anos e décadas seguintes houve várias tentativas de retomar a Companhia por outros empresários e investidores, mas não tiveram a mesma repercussão.
De todos os trajes que a Vera Cruz produziu, parte deles – o que havia restado – foram adquiridos na década de 1970 por Jordano Martinelli (1912-1990), que chegou a montar um “Museu de Cinema” na sua propriedade em São Bernardo do Campo, porém sem as condições necessárias para a correta conservação, ocasionou alguns primeiros danos às peças. Após a morte de Martinelli na década de 1990, o acervo de trajes existente foi adquirido pela prefeitura de São Bernardo do Campo, que não teve condições especializadas de conservação. (Sofia Grunewald)

Os pesquisadores
Pesquisador responsável:
Prof. Dr. Fausto Viana
Pesquisadora associada:
Profa. Dra. Isabel Cristina Italiano
Pesquisadora Bolsa TT-4 FAPESP:
Me. Maria Eduarda Borges
Pesquisadora Bolsa TT-2 FAPESP:
Thamires Marques Freitas Margarida
Pesquisadores Bolsa TT-1 FAPESP:
Eduardo Fernandes da Silva
Leo Cortez Bicudo
Mateus Oliveira
Pesquisador Bolsa PUB USP:
Fabio Lima Pereira da Silva
Pesquisadora voluntária:
Sofia Bernardino Grunewald Candido
Pesquisadores que contribuem/contribuíram com o projeto:
Arthur Figueredo de Oliveira Rocha
Gabriela Silva Calado
Gabriela Violin
Isabela Porto de Oliveira Peruzzi
Kaique do Nascimento Silva
Maria Clara Souza Lima
